Você acabou de ser demitido e está prestes a assinar o termo de rescisão. O RH coloca os papéis na sua frente e diz: "Preciso que você assine hoje, é procedimento padrão". Seu coração acelera, você não entende metade dos números ali, mas sente pressão para assinar logo e ir embora. Pare. Respire. Você pode estar prestes a perder milhares de reais.
Segundo dados da Justiça do Trabalho, aproximadamente 40% das rescisões trabalhistas apresentam algum tipo de irregularidade nos cálculos ou omissão de verbas devidas. Isso significa que 4 em cada 10 trabalhadores saem da empresa recebendo menos do que têm direito por lei. E o pior: muitos só descobrem meses depois, quando já é mais difícil reverter a situação.
Neste guia completo, você vai descobrir exatamente como não ser enganado na rescisão trabalhista. Vou revelar as 10 táticas mais comuns que empresas usam, os sinais de alerta que você precisa identificar e as estratégias práticas de defesa para proteger cada centavo dos seus direitos. Continue lendo e aprenda a se defender.
As 10 Táticas Mais Comuns Para Enganar na Rescisão
1. Pressão Psicológica Para Assinar Imediatamente
Esta é a tática número um e a mais eficaz. A empresa cria um senso de urgência artificial para impedir que você tenha tempo de analisar os valores ou consultar um advogado trabalhista.
Frases típicas que você vai ouvir:
- "Preciso que você assine hoje, é o último dia do prazo"
- "Se não assinar agora, vai demorar mais para receber"
- "Todo mundo assina na hora, é procedimento padrão"
- "O contador só está aqui hoje, depois fica mais complicado"
O objetivo real: Fazer você assinar sem conferir os cálculos, sem questionar valores e sem ter a oportunidade de identificar erros ou omissões.
A verdade que não te contam: Segundo o artigo 477 da CLT, a empresa tem até 10 dias corridos após o término do contrato para realizar o pagamento das verbas rescisórias. Você NÃO é obrigado a assinar no mesmo dia da comunicação da demissão. Você tem o direito de levar os documentos para casa, analisar com calma e até consultar um profissional.
Como se proteger:
- Diga com firmeza: "Preciso de 24 a 48 horas para analisar os valores"
- Peça cópia de todos os documentos para levar para casa
- Não ceda à pressão emocional ou ameaças veladas
- Lembre-se: quem tem prazo legal é a empresa, não você
2. Termo de Rescisão Sem Discriminativo Detalhado
Empresas apresentam valores totais sem especificar cada verba separadamente, dificultando a identificação de erros ou omissões.
Exemplo do que está errado:
Total de verbas rescisórias: R$ 18.500,00
Como deveria ser:
Saldo de salário (15 dias): R$ 1.950,00
Aviso prévio indenizado: R$ 3.900,00
13º salário proporcional (8/12): R$ 2.600,00
Férias vencidas + 1/3: R$ 5.200,00
Férias proporcionais + 1/3 (6/12): R$ 2.166,67
FGTS do mês: R$ 312,00
Multa 40% FGTS: R$ 2.496,00
──────────────────────────────
Total: R$ 18.624,67
Percebeu a diferença? No segundo exemplo, você consegue conferir cada verba individualmente. No primeiro, você não tem como saber se está recebendo tudo corretamente.
Como se proteger:
- Exija sempre o discriminativo completo de todas as verbas
- Confira cada linha separadamente usando uma calculadora de verbas rescisórias
- Compare os valores com seus últimos holerites
- Questione qualquer valor que pareça incorreto
3. Banco de Horas Negativo Inventado
Uma tática comum é alegar que você tem "banco de horas negativo" e descontar valores das suas verbas rescisórias sem apresentar comprovação adequada.
Como funciona: O RH apresenta uma planilha dizendo que você deve 40 horas ao banco de horas da empresa e desconta R$ 1.200,00 das suas verbas. Mas você nunca viu esse controle, nunca assinou acordo de banco de horas e não tem como conferir se esses números estão corretos.
A verdade legal: Segundo o artigo 59 da CLT, o banco de horas só é válido se houver acordo individual escrito ou convenção coletiva. Além disso, a empresa precisa manter controle rigoroso e transparente das horas, com acesso do trabalhador. Se não há acordo formal e controle adequado, o banco de horas é inválido.
Como se proteger:
- Exija cópia do acordo de banco de horas assinado por você
- Peça o extrato completo do banco de horas de todo o período
- Confira se os valores de desconto estão corretos
- Questione a legalidade se não houver acordo formal
Dúvidas sobre descontos indevidos na sua rescisão? Nossa equipe de advogados trabalhistas em Brasília pode analisar seu caso e identificar irregularidades. Fale conosco pelo WhatsApp para uma avaliação inicial.
4. Proposta de Justa Causa "Negociada"
Esta é uma das táticas mais prejudiciais. A empresa propõe aplicar justa causa (que elimina quase todos os seus direitos), mas oferece pagar "algo por fora" como compensação.
Como a conversa acontece: "Olha, vamos ter que te demitir. Podemos fazer justa causa e te pagar R$ 8.000 por fora, ou fazemos sem justa causa e você não recebe nada extra. O que você prefere?"
A armadilha: Parece que você está ganhando algo, mas na verdade está perdendo muito mais.
Comparação real:
Demissão sem justa causa:
- Aviso prévio: R$ 3.900
- Saldo salário: R$ 1.950
- 13º proporcional: R$ 2.600
- Férias + 1/3: R$ 7.366
- Multa 40% FGTS: R$ 4.800
- Saque FGTS: R$ 12.000
- Seguro-desemprego: R$ 7.200
Total: R$ 39.816
Justa causa + "acordo":
- Apenas saldo salário: R$ 1.950
- "Acordo" prometido: R$ 8.000
Total: R$ 9.950
Prejuízo: R$ 29.866
A realidade: Na maioria dos casos, o "acordo por fora" nunca é pago ou é pago parcialmente. E você não tem como cobrar porque não está documentado.
Como se proteger:
- NUNCA aceite justa causa, exceto se você realmente cometeu falta grave
- Justa causa só é legal em situações específicas previstas no artigo 482 da CLT
- Qualquer "acordo verbal" não tem valor legal
- Se a empresa insistir, procure imediatamente um advogado trabalhista
5. Omissão Estratégica de Verbas Devidas
Empresas simplesmente "esquecem" de incluir verbas que você tem direito, esperando que você não perceba.
Verbas frequentemente omitidas:
- Férias vencidas não gozadas
- Horas extras habituais (que geram reflexos em 13º, férias e FGTS)
- Adicional noturno
- Adicional de periculosidade ou insalubridade
- Comissões do último mês
- Reflexos de adicionais em outras verbas
Exemplo real: João trabalhava com adicional de periculosidade de 30% sobre o salário durante 3 anos. Na rescisão, a empresa calculou apenas o salário base, omitindo o adicional e todos os seus reflexos em 13º, férias e FGTS. Prejuízo: R$ 11.400.
Como se proteger:
- Faça uma lista de TODAS as verbas que você recebia mensalmente
- Confira se cada uma está incluída no cálculo da rescisão
- Verifique se os adicionais geraram reflexos em 13º e férias
- Não assine enquanto houver verbas faltantes
6. FGTS "Já Depositado" Sem Comprovação
O RH afirma que o FGTS está regularizado e que você pode sacar depois, mas não fornece comprovante ou extrato atualizado.
O problema: Muitos trabalhadores só conferem o FGTS depois de assinar a rescisão e descobrem que:
- Vários meses não têm depósito
- Os valores depositados estão incorretos
- A multa de 40% não foi paga
- O saldo total está muito abaixo do esperado
Dados preocupantes: Segundo o Tribunal Superior do Trabalho, cerca de 30% das empresas apresentam alguma irregularidade nos depósitos do FGTS, seja por atraso, valores incorretos ou ausência de depósitos.
Como se proteger:
- Acesse o aplicativo FGTS ANTES de assinar qualquer documento
- Confira o extrato completo de todo o período trabalhado
- Verifique se todos os meses têm depósito
- Confirme se o valor da multa de 40% foi depositado
- Exija comprovante de depósito da multa rescisória
7. Acordos Verbais Que Nunca São Cumpridos
"Assina agora que depois a gente acerta o resto", "Confia, sempre pagamos direitinho", "Vamos deposar a diferença na sua conta semana que vem".
A realidade brutal: Segundo advogados trabalhistas, aproximadamente 85% dos acordos verbais feitos no momento da rescisão nunca são cumpridos pela empresa. E quando não está documentado no termo de rescisão, você não tem como provar ou cobrar judicialmente.
Como funciona a armadilha:
- Empresa apresenta valores abaixo do devido
- Você questiona
- Empresa promete pagar a diferença "depois" ou "por fora"
- Você assina confiando na promessa
- Empresa nunca paga e você não tem como provar o acordo
Como se proteger:
- TUDO precisa estar por escrito no termo de rescisão
- Acordo verbal não tem valor legal
- Se a empresa prometer algo, exija que seja incluído no documento
- Não assine baseado em promessas ou "confiança"
Está em dúvida sobre os valores da sua rescisão? Não assine antes de consultar um advogado trabalhista. Nossa equipe em Brasília oferece análise inicial do seu caso. Entre em contato e proteja seus direitos.
8. Descontos de "Dívidas" Sem Comprovação
A empresa alega que você tem dívidas e desconta valores das verbas rescisórias sem apresentar comprovação adequada.
Descontos comuns alegados:
- Vale-transporte não utilizado
- Uniforme não devolvido
- Equipamentos "danificados"
- Adiantamentos não comprovados
- Multas por "quebra de procedimentos"
A verdade legal: Segundo o artigo 462 da CLT, descontos no salário só são permitidos quando há acordo expresso do trabalhador ou para ressarcimento de danos causados por dolo (intenção). A empresa precisa comprovar a dívida e o valor deve ser proporcional.
Como se proteger:
- Exija comprovante detalhado de qualquer dívida alegada
- Questione a legalidade e proporcionalidade dos descontos
- Devolva todos os itens da empresa e peça recibo assinado
- Tire fotos dos itens no momento da devolução
9. Pressão Para Converter em Pedido de Demissão
A empresa tenta convencer você a pedir demissão ao invés de ser demitido sem justa causa, usando argumentos emocionais ou ameaças veladas.
Argumentos que você vai ouvir:
- "É melhor para você pedir demissão, fica melhor no currículo"
- "Se a gente demitir, vai ficar registrado na carteira"
- "Pedindo demissão você sai de cabeça erguida"
- "Demissão pode prejudicar suas próximas entrevistas"
A verdade: Não existe registro de "motivo da demissão" na carteira de trabalho digital. O que fica registrado é apenas a data de saída. Empregadores futuros não têm acesso ao motivo da rescisão.
Diferença financeira brutal:
Demissão sem justa causa: R$ 35.000
Pedido de demissão: R$ 12.000
Prejuízo: R$ 23.000
No pedido de demissão você perde: aviso prévio, multa de 40% do FGTS, saque do FGTS e seguro-desemprego.
Como se proteger:
- NUNCA peça demissão sob pressão ou ameaça
- Calcule a diferença financeira antes de tomar qualquer decisão
- Se a empresa quer te demitir, que faça sem justa causa
- Pressão para pedir demissão pode gerar indenização por dano moral
10. Homologação "Simplificada" Sem Sindicato
A empresa diz que não precisa fazer homologação no sindicato e que pode fazer tudo "ali mesmo, mais rápido e simples".
O que não te contam: Embora a homologação sindical não seja mais obrigatória após a Reforma Trabalhista de 2017, ela continua sendo uma proteção importante para o trabalhador. O sindicato confere os cálculos gratuitamente e identifica erros que você pode não perceber.
Dados reveladores: Sindicatos relatam que em aproximadamente 60% das rescisões levadas para conferência, são identificados erros nos cálculos, omissões de verbas ou irregularidades que resultam em valores adicionais de R$ 2.000 a R$ 15.000 para o trabalhador.
Como se proteger:
- Mesmo não sendo obrigatória, leve a rescisão ao sindicato antes de assinar
- A conferência é e pode identificar milhares de reais em erros
- O sindicato tem experiência e conhece as táticas das empresas
- Você não perde nada em fazer a conferência, só tem a ganhar
Sinais de Alerta: Red Flags Para Identificar
Fique atento a estes sinais que indicam que algo pode estar errado:
🚨 Pressão temporal excessiva - "Precisa assinar hoje", "Não dá para esperar"
🚨 Falta de transparência - Valores sem discriminativo, cálculos "simplificados"
🚨 Promessas verbais - "Pagamos depois", "Confia na gente"
🚨 Documentação incompleta - Faltam holerites, extratos ou comprovantes
🚨 Valores muito abaixo do esperado - Diferença significativa do que você calculou
🚨 Descontos não explicados - Valores descontados sem justificativa clara
🚨 Resistência a perguntas - Empresa fica irritada quando você questiona
🚨 Isolamento - Não permitem que você leve testemunha ou advogado
🚨 Ameaças veladas - "Se não assinar, vai ser pior para você"
🚨 Pressa do RH - Pessoa responsável "tem outro compromisso", "precisa ir embora"
Se você identificar 3 ou mais desses sinais, NÃO ASSINE. Peça tempo para analisar e consulte um advogado trabalhista imediatamente.
Estratégias Práticas de Defesa
Defesa 1: Nunca Assine no Mesmo Dia
Esta é a regra de ouro. Não importa quanta pressão façam, não importa os argumentos que usem: nunca assine o termo de rescisão no mesmo dia em que ele é apresentado.
Por quê? Porque você precisa de tempo para:
- Conferir cada valor com calma
- Acessar seu extrato do FGTS
- Consultar um advogado ou sindicato
- Comparar com cálculos online
- Pensar com clareza, sem pressão emocional
Como fazer: Diga com firmeza e educação: "Agradeço, mas preciso de 24 a 48 horas para analisar os documentos com calma. Posso levar cópia para casa?"
Defesa 2: Leve Uma Testemunha
Nunca vá sozinho à reunião de rescisão. Leve um familiar, amigo de confiança ou, idealmente, um advogado trabalhista.
Benefícios:
- Testemunha inibe comportamentos abusivos da empresa
- Outra pessoa pode perceber detalhes que você não notou
- Apoio emocional em momento difícil
- Prova de qualquer ameaça ou pressão indevida
Defesa 3: Documente Tudo
Tire fotos ou faça cópias de absolutamente todos os documentos antes de devolver qualquer coisa à empresa.
Documente:
- Todos os holerites do período trabalhado
- Cartões de ponto
- Contratos e aditivos
- Extrato do FGTS atualizado
- Termo de rescisão (todas as páginas)
- Comprovantes de pagamento
- Qualquer comunicação por escrito
Defesa 4: Consulte Antes de Assinar
Consultar um advogado trabalhista ANTES de assinar pode salvar milhares de reais. Muitos escritórios, incluindo o nosso em Brasília, oferecem análise inicial sem custo.
O que o advogado pode identificar:
- Erros nos cálculos das verbas
- Omissão de direitos
- Descontos indevidos
- Irregularidades no FGTS
- Cláusulas abusivas
Investimento x Retorno: Uma consulta pode custar zero ou algumas centenas de reais, mas pode identificar erros de R$ 5.000 a R$ 20.000 nas suas verbas.
Defesa 5: Use o Sindicato a Seu Favor
Mesmo não sendo obrigatória, a homologação sindical é uma ferramenta poderosa e .
Como funciona:
- Você leva os documentos ao sindicato da sua categoria
- Profissional experiente confere todos os cálculos
- Identifica erros, omissões ou irregularidades
- Orienta sobre como proceder
- Tudo sem custo para você
Onde encontrar: Procure o sindicato da sua categoria profissional em Brasília ou na sua cidade. A maioria oferece este serviço gratuitamente.
Defesa 6: Tudo Por Escrito
Repita como um mantra: se não está escrito no termo de rescisão, não existe.
Qualquer acordo, promessa ou ajuste precisa estar documentado. Não confie em promessas verbais, não importa quão confiável a pessoa pareça.
Defesa 7: Você Pode Recusar Assinar
Muitos trabalhadores não sabem, mas você tem o direito de recusar assinar o termo de rescisão se os valores estiverem incorretos ou se você não concordar com os termos.
O que acontece se você recusar:
- A empresa continua obrigada a pagar as verbas no prazo legal
- Você pode buscar orientação jurídica
- A empresa pode depositar os valores em juízo
- Seus direitos continuam protegidos
Importante: Recusar assinar não significa que você perde os direitos. Significa que você está protegendo seus interesses até que tudo seja esclarecido.
Não assine nada antes de ter certeza absoluta. Nossa equipe de advogados trabalhistas em Brasília está pronta para analisar seu termo de rescisão e garantir que você receba tudo que é seu por direito. Agende uma consulta.
Checklist de Proteção Completo
Antes da Reunião de Rescisão
- Reuni todos os holerites dos últimos 12 meses
- Acessei e imprimi extrato completo do FGTS
- Calculei aproximadamente os valores que devo receber
- Anotei telefone de advogado trabalhista
- Avisei familiar ou amigo que vai me acompanhar
- Separei documentos pessoais (RG, CPF, carteira de trabalho)
- Listei todas as verbas que recebo mensalmente
Durante a Reunião
- Levei testemunha comigo
- Tirei fotos de todos os documentos apresentados
- Conferi cada verba separadamente no discriminativo
- Questionei valores que não entendi ou parecem incorretos
- Não cedi à pressão para assinar imediatamente
- Pedi cópia de todos os documentos
- Anotei nome e cargo de quem conduziu a reunião
- Documentei qualquer promessa ou acordo verbal
Depois da Reunião (Antes de Assinar)
- Levei documentos para casa
- Consultei advogado trabalhista ou sindicato
- Comparei valores com calculadoras online
- Conferi extrato do FGTS linha por linha
- Verifiquei se todas as verbas estão incluídas
- Calculei se os valores estão corretos
- Decidi conscientemente se vou assinar
- Tenho plano de ação se houver irregularidades
Perguntas Frequentes
Sou obrigado a assinar o termo de rescisão no mesmo dia?
Não. Você tem o direito de pedir tempo para analisar os documentos. A empresa tem prazo legal de 10 dias para pagar as verbas (artigo 477 da CLT), mas você não tem prazo para assinar. Peça 24 a 48 horas para conferir tudo com calma, consultar um advogado ou levar ao sindicato. Pressão para assinar imediatamente é uma tática comum para impedir que você identifique erros.
E se eu já assinei a rescisão e depois descobri erros?
Você ainda pode contestar. O prazo prescricional para ações trabalhistas é de 2 anos após o término do contrato (artigo 7º, XXIX da Constituição Federal). Mesmo tendo assinado, se houver erros nos cálculos, omissão de verbas ou qualquer irregularidade, você pode buscar seus direitos na Justiça do Trabalho. Procure um advogado trabalhista o quanto antes para avaliar seu caso.
A empresa pode me impedir de consultar um advogado antes de assinar?
Não. Você tem direito constitucional à assistência jurídica. Se a empresa pressionar você a assinar sem permitir consulta a advogado, isso pode configurar coação e gerar direito a indenização por danos morais. Documente qualquer tentativa de impedir seu acesso a orientação jurídica.
Quanto tempo tenho para decidir se vou assinar ou não?
Não existe prazo legal específico para o trabalhador assinar o termo de rescisão. O prazo de 10 dias do artigo 477 da CLT é para a empresa pagar as verbas, não para você assinar. Tome o tempo necessário para conferir tudo, consultar profissionais e tomar uma decisão consciente. Não se deixe pressionar por prazos artificiais criados pela empresa.
Posso gravar a reunião de rescisão?
Sim. No Brasil, você pode gravar conversas das quais você participa sem precisar avisar a outra parte. A gravação pode ser usada como prova em eventual processo judicial. É recomendável gravar, especialmente se houver ameaças, pressão indevida ou promessas verbais que não serão documentadas.
O que fazer se a empresa ameaçar aplicar justa causa se eu não assinar?
Não ceda à ameaça. Justa causa só pode ser aplicada em situações específicas previstas no artigo 482 da CLT (falta grave comprovada). Ameaçar com justa causa para forçar assinatura é ilegal e pode gerar indenização por dano moral. Documente a ameaça (grave, se possível) e procure imediatamente um advogado trabalhista. Segundo dados do TST, cerca de 70% das justas causas aplicadas são revertidas na Justiça.
Vale a pena levar a rescisão ao sindicato mesmo não sendo obrigatório?
Sim, vale muito a pena. Embora a homologação sindical não seja mais obrigatória desde a Reforma Trabalhista de 2017, ela continua sendo uma proteção importante. O sindicato confere os cálculos gratuitamente e tem experiência em identificar erros que você pode não perceber. Muitos trabalhadores descobrem valores adicionais de R$ 2.000 a R$ 15.000 após a conferência sindical. Você não perde nada em fazer a conferência, só tem a ganhar.
Conclusão: Seus Direitos Valem Milhares de Reais
A rescisão trabalhista é um momento delicado, carregado de emoção e, muitas vezes, de vulnerabilidade. As empresas sabem disso e algumas se aproveitam dessa situação para economizar às custas dos direitos dos trabalhadores.
As 10 táticas mais comuns que você precisa conhecer:
- Pressão para assinar imediatamente
- Termo sem discriminativo detalhado
- Banco de horas negativo inventado
- Justa causa "negociada"
- Omissão de verbas devidas
- FGTS sem comprovação
- Acordos verbais não cumpridos
- Descontos sem comprovação
- Pressão para pedir demissão
- Evitar homologação sindical
Sua melhor defesa: Conhecimento, tempo e orientação profissional. Nunca assine sob pressão, sempre confira cada valor, documente tudo e não hesite em buscar ajuda especializada.
Lembre-se: Estamos falando de valores que podem chegar a dezenas de milhares de reais. Uma consulta com advogado trabalhista antes de assinar pode fazer toda a diferença entre receber o que é seu por direito ou perder dinheiro que você trabalhou duro para conquistar.
Está em dúvida sobre sua rescisão? Não arrisque perder seus direitos. Nossa equipe de advogados trabalhistas em Brasília, com atendimento em todo o Brasil, está pronta para analisar seu caso, identificar irregularidades e garantir que você receba cada centavo que merece. Agende uma consulta pelo WhatsApp e proteja seu futuro financeiro.
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